sábado, 1 de novembro de 2008

Delírios ...

Na endoscopia que fiz em mim,
Eu descobri que me iludi,
Somente esperei e não agi.
E o que fiz, foi me ferir,
Pensei até em partir,
Sair de mim,
Fugir.
Agora, isto não mais importa.
Pois o cansaço transborda,
E atrapalha as metas que tracei para mim.
Minhas metas estão estacionadas e travadas.
Sinto meus planos se pulverizarem, na brisa quente da primavera.
Me sinto desorientada.
Minha emoção me consome,
E percebo que tenho fome.
Meu desejo é enorme,
Nem cabe em meu peito, que agora dói,
E se contrai,
Como se meu coração estivesse em uma eterna sístole,
Parece nostalgia.
Saudade do que nunca tive,
Saudade de onde nunca estive.
Estou à espera, inerte e impotente.
Estou à espera de algo, que não posso intervir com minhas mãos.
Estou a espera do meu futuro,
Comprometendo meu presente,
Por causa do meu passado.
Quero se abduzida para longe de mim,
Quero encerrar, parar, cortar
Cansei de provocar necroses em meu coração.
Estou despida de mim, nua,
transparente e levemente nervosa,
Por saber quem sou e por ser eu
E por estar numa camisa de forças,
de braços amarrados.
Núbia Santos® - 09/11/2008

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