quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Intermitência

Agora sim, depois não.
Depois sim, agora não.
Conforme o tique-taque de um relógio,
Hoje, escuto o som do desejo.
Amanhã, as negativas do receio.

Agora sim, depois não.
Depois sim, agora não.
Como se fosse um amuleto, representado pelo yin-yang,
Agora sinto carinho, predisposição e interesse.
Depois a ausência, o medo e o desinteresse.

Agora sim, depois não.
Depois sim, agora não.
Como a clareza do dia e o breu da noite,
Irradias planos futuros ao amanhecer,
Inebria e entontece ao anoitecer.

Agora sim, depois não.
Depois sim, agora não.
Ora sob a pele de mulher e ora com sentimentos de um homem,
Outras mãos e olhares cativam minha feminilidade.
Eles aguçam os instintos irracionais da minha masculinidade.

Agora sim, depois não.
Depois sim, agora não.
Semelhante a um vai e vem,
Vou em direção ao mais presente.
Mas volto meus pensamentos para o ausente.

Agora sim, depois não.
Depois sim, agora não.
Conforme as batidas do coração,
Contraio, insuflo, retraio e inspiro.
Expiro e inspiro o vazio, com isometria.

Agora sim, depois não.
Depois sim, agora não.
Quebro elos, reconstruo laços,
Ora seduzo e ora sou seduzida,
num ciclo vicioso de partidas e chegadas interrompidos pelo estampido que detona e encerra o que era bilateral.

Agora sim, depois não, agora não.

Núbia Santos® - 10/12/2008

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