Printei minhas lembranças,
Que agora deslizam
Como revoada de andorinhas
No avesso de minhas pálpebras.
Elas plainam como poeira
na superfície de um lago.
Pesco sorrisos ao revive-las,
Mas ainda sinto os sulcos profundos,
E não há laser que disfarce esta tatuagem.
No meu caminhar,
Percebo que os conselhos são muitos,
Alguns estão embutidos e disfarçados em desejos de ano novo,
Outros, em conversas entre amigos.
Dizem que não devemos cultivar expectativas,
A moda é desapegar!
Mais teimo em me deixar levar,
Neste enebriante cheiro que me faz refém
E que me leva muito mais além,
De no outro expectativas criar.
É um sambar sem saber dançar,
É ir sem saber onde chegar.
Prefiro arriscar, me entregar e tentar gozar.
Não me venha com este papo de ser metade,
De não querer se compromissar.
De olhar só para dentro
Minimizar.
Me encanta mesmo é quem quer desbravar!
Pra que se acovardar?
Núbia Santos - 22/01/2017
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